Entrevistamos : Jefferson Mello

Para você que ama música, jazz, samba ou tudo isso ao mesmo tempo vai amar o documentário “Samba & Jazz” que transforma narrativas em poesia sobre os ritmos.

“Samba & Jazz” é um documentário longa-metragem, de 86 minutos de duração, que traça um paralelo entre estes dois ritmos e culturas, numa abordagem versátil e despretensiosa, buscando a sinergia entre as duas cidades em que eles estão mais presentes: Rio de Janeiro (Brasil) e New Orleans (Estados Unidos).

Dirigido por Jefferson Mello, autor do livro "Os Caminhos do Jazz", o filme retrata, por meio de situações inusitadas, a autêntica expressão artística de pessoas, que, apesar de separadas por fronteiras geográficas, compartilham um sentimento comum: a paixão pela música e pelas manifestações populares que envolvem este universo.

Conversamos com o diretor Jefferson Mello que contou um pouco sobre a produção e objetivo com a exibição do documentário. Confira.

AC - Por que você escolheu o samba e o jazz para ser retratado?

JM - Escolhi o samba pelo fato de ser carioca, conhecedor de samba e ter iniciado um projeto autoral como fotógrafo. Já o jazz é uma paixão, tanto que fiz um livro dedicado ao tema (“Os Caminhos do Jazz”) para mostrar o universo jazz no mundo.

Quando estava nos Estados Unidos, em Nova Orleans, para fazer este livro, fiquei amigo de Gregg Stafford e ele me levou para conhecer uma parada de jazz de um Social Pleasure Club. Aí, percebi logo essa similaridade que existe entre o samba e o jazz, porque a quantidade de imagens parecidas que existe nesse nosso universo do samba e jazz é muito grande.

Essa escolha foi baseada no inusitado, no inesperado que veio na primeira vez que conheci a cidade de Nova Orleans.

AC - O que “Samba & Jazz” tem como objetivo?

JM - O objetivo é mostrar essa similaridade, um samba e um jazz das duas cidades de uma forma diferente, que o turista comum pouco conhece, e passar a mensagem de que tradição é tudo. As pessoas lutam muito para manter a tradição desses dois ritmos em pé.

AC - Quanto tempo levou a produção deste documentário?

JM - 1 ano e três meses.

AC - Qual a sua relação com os personagens escolhidos para fazer parte do documentário?

JM - Alguns de Nova Orleans estão no meu livro “Os Caminhos de Jazz”. Tenho amizade de 20 anos com alguns, como Gregg Stafford.

Do Rio de Janeiro, os conheci antes de começar a fazer o filme, principalmente Pretinho da Serrinha e Mestre Ávila; os demais foram no decorrer do documentário.

AC - Assistindo ao documentário um detalhe que chama a atenção é o fato de que quem conta sobre o tema são pessoas viventes do círculo (tanto musical como da comunidade) e não com olhares de historiadores, especialistas. Este olhar de dentro foi proposital?

JM - Claro. É para fugir da mesmice, do caricato, esse era meu objetivo. Fazer um documentário sobre samba e jazz que mostrasse o universo deles.

Muitos documentários foram produzidos. Então, foi um desafio e eu tinha que fazer algo de novo dentro desse universo.

AC - Houve alguns momentos em que foi possível notar a câmera sendo desligada nas gravações realizadas no Rio de Janeiro. Você chegou a ter algum impedimento na produção deste documentário?

JM - Não tive impedimento, mas eu estava filmando em uma área que não é prudente ficar com a câmera filmando toda a área aberta, então só estávamos sendo prudentes.

AC - A linha que quis seguir na construção do roteiro manteve-se ou em meio às gravações descobriu coisas maiores a se revelar? Se houve mudança poderia citar alguma coisa que te surpreendeu?

JM - Não, tudo estava preestabelecido. A surpresa e dificuldade maior foi não conseguir mostrar o Gurufim no início. Fiquei um ano esperando a morte de um sambista para que se realizasse o Gurufim. Eu estava com o filme pronto praticamente e tiveram funerais de sambistas, mas não faziam o Gurufim. Esperei por um ano para filmar essa tradição.

AC - O documentário é essencialmente rico em história, em propriedade musical. Esquecendo todo o seu processo de produção, vendo o resultado final. Quais as suas considerações sobre o documentário?

JM - Queria mostrar um samba e um jazz que poucas pessoas conhecem. Mostrei o universo de dentro, um jazz diferente do que é visto.

AC - Deixe um convite para os leitores do Acontece Curitiba para ir assistir “Samba & Jazz”.

JM - Espero que todos os curitibanos compareçam nos cinemas, porque eu sei que curitibano ama jazz e samba!

Título Original: Samba & Jazz

Gênero: Documentário
Tempo de Duração: 1 hora e 27 minutos

Data de lançamento: 19 de novembro
Ano de Lançamento: 2015

Clique aqui e leia a resenha do documentário

 
Copyright © 2011 Acontece Curitiba. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por LinkWell.