- Quando o artista se mata eu entendo muito bem, porque há o desejo permanente de morte por trás de cada obra criada.
- Desejo de morte pela incapacidade de compreender o Todo e pela capacidade de compreender a fugacidade de sua obra.
- Desejo de morte por não suportar o fim do prazer e por jamais atingir o pleno prazer.
- O artista, quando se mata, morreu antes, incapaz de suportar a ausência da fama, do sucesso, incapaz de conviver com a fama e o sucesso.
- Mata-se por que não suporta mais a ansiedade alheia, o medo de não agradar e, o que é dramaticamente depressivo, a eterna comparação com ele mesmo.
- Quando se mata, o artista atingiu a plenitude da ansiedade, do pânico de palavras como gostei e não gostei, de começar tudo de novo após cada obra, o artista se mata porque não compreende e não tolera mais a própria insuficiência.
- O suicídio do artista é a confissão pungente de que não acredita mais, nele e em ninguém, na sua obra e na sua alma e que por isto a vida lhe terminou.
- Quando o artista se mata é triste, é o carimbo de reconhecimento oficial da dor que a arte lhe causou.