No Reino da Dor é onde se aprende a gemer. Porque nele não há remédio, a dor dói como uma afronta, uma provocação a dizer que no seu reino quem manda é ela e a você, cabe sofrer.
É no Reino da Dor que o voluntarioso se entrega, o inventivo se apaga e o maldoso entende com quantos paus se faz uma canoa.
No Reino da Dor se apela para tudo e qualquer coisa, mesmo no que não se acredita, e seus habitantes querem, a qualquer custo, mudar para reinos melhores, com os reinos da depressão, da tristeza ou qualquer outro, porque qualquer é outro é melhor do que o Reino da Dor.
No Reino da Dor a dor é constante e progressiva, aumenta e cresce na mesma medida em que o humor piora, piora, até se transformar em mau.
Não ha beleza no Reino da Dor, nem sensibilidade para apreciá-la, porque toda a sensibilidade é refém da dor ardente, que maltrata o amante, o feliz e o crente.
Não se iluda, meu bem, do Reino da Dor só se sai sem ela ou morto.