O pai do "menino do balão do Coolorado", que havia admitido culpa no caso da falsa fuga do filho, disse em uma entrevista à TV que deve ir ao ar nesta sexta-feira (7) que é inocente e que a história "não foi uma farsa".
Em sua primeira entrevista à TV desde o incidente de 15 de outubro do ano passado, Richard Heene disse que realmente acreditava que seu filho de 6 anos, Falcon, estava no balão de fabricação caseira que decolou da casa da família em Fort Collins.
"Nós vasculhamos a casa de cima para baixo", disse ele em lágrimas em entrevista a Larry King na CNN. "Eu sabia que ele estava no aparelho. Em minha cabeça, não havia outro lugar".
Heene disse que, diante do tribunal, assumiu a culpa para proteger sua mulher, Mayumi, cidadã japonesa que, segundo ele, corria o risco de ser deportada se fosse condenada.
As autoridades não se manifestaram sobre o conteúdo da entrevista.
Heene ffoi sentenciado no final de dezembro a 90 dias de prisão, a maior parte em regime semiaberto.
A mãe do menino foi poupada de ir para a cadeia, mas recebeu uma sentença de 20 dias de trabalho comunitário.
Richard e Mayumi Heene também passarão quatro meses sob fiscalização judicial e ainda terão de pagar milhares de dólares em multas e indenizações ao Estado, num valor a ser calculado posteriormente.
As autoridades dizem que o casal encenou o incidente, há dois meses, para que a família chamasse a atenção da mídia e ganhasse um reality show de TV.
Como parte do período de fiscalização judicial, o casal, que tem três filhos, fica proibido de auferir resultados financeiros do incidente, por exemplo com a venda de direitos para um livro ou especial de TV.
O pai, mestre de obras, tem até 11 de janeiro para começar a cumprir pena --30 dias de reclusão e outros 60 em regime semiaberto, em que ele pode sair durante o dia para trabalhar se estiver empregado. A esposa começará o trabalho comunitário só depois que o marido concluir sua pena.
O mundo todo acompanhou ao vivo as buscas pelo menino Falcon, de 6 anos, que teria ficado preso a um balão doméstico de gás hélio que, segundo a versão dos pais, havia se desgarrado por acidente do quintal da família.
O objeto prateado, parecido com um disco voador, foi acompanhado por helicópteros da Guarda Nacional em um voo de 80 quilômetros, e as autoridades desviaram o tráfego aéreo do Aeroporto Internacional de Denver. Descobriu-se depois que o balão estava vazio e que o menino estava escondido no sótão da garagem da família.