A princípio, Lulu gravaria o DVD de Longplay, o show que já foi visto por seis milhões de pessoas, em seus cálculos. O projeto acabou não vingando e Lulu partiu pra outra. No estúdio, com sua banda, gravou parte do repertório que acabou entrando no CD. Não gostou do resultado - soava velho. "Tem que ser singular!", pensou.
No estúdio, com o tecladista Hiroshi Mizutani, que toca com ele há cinco anos, pôs-se a procurar outras soluções. Chegou ao que queria ao distorcer o som de sua guitarra - "não por saturação, mas por modulação, multiplicação de filtragens". São tecnicalidades, mas ele acha importante explicar. "Se isso não tivesse rendido, uma face do disco que é o meu discurso artístico teria feito água."
Nesta "face" está "Baby de Babylon", a música da trilha da novela "Viver a Vida" que vem tocando nas rádios. Para Lulu, ela "deu liga" ao CD. Mais: ela "pediu" um disco para ser lançada. Baby já está nos shows; outras, como "Na Boa" e "Duplo Mortal", chegaram a entrar, mas saíram. Em sequência no CD, são três possibilidades de hit, daqueles que levam a marca d'água de Lulu.
Nove das 12 faixas são de autoria só de Lulu. Ele anda compondo rapidamente, e, quando o possível parceiro demora a mandar a letra... pronto, ele já a aprontou. As instrumentais "Spydermonkey" e "Restinga" (abertura e fechamento de Singular) são dois dos "metassambas" do CD. Outros são "Procedimento" e "Black and Gold" (Jesse Rogg/Samel Falson), este sucesso do cantor Sam Sparro. A política "Perguntas" ele pinçou de "Popsambalanço e Outras Levadas", LP de exatos 20 anos. Singular tem outras duas regravações, de "Atropelada", composição do baixista Jorge Ailton e Apoena, e "Zazueira", de Jorge Ben, do repertório de Wilson Simonal - ele fez uma versão para integrar a homenagem recente a Simonal lançada pela EMI.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.