- “Sétimo” é um suspense cativante. Mesmo não sendo uma super produção hollywoodiana o longa consegue cumprir o seu dever em te manter atento a desvendar o mistério. O cinema argentino tem surpreendido em suas produções, os investimentos na fotografia e no roteiro dizem muito da genialidade dos hermanos em transitar sobre vários gêneros. Escrever não é fácil, produzir é tão difícil quanto, a Argentina está evoluindo o seu conceito cinematográfico.
- Ricardo Darín é um dos melhores atores argentinos e a sua atuação foi essencial para que a história conseguisse manter o interesse no espectador.
- O longa conta a história de Sebastián, um advogado que trabalha em um grande escritório e está lidando com um caso muito importante de corrupção na Argentina. Ele é pai de duas crianças, Luca (Abel Dolz Doval) e Luna (Choro Dolz Doval), frutos do seu casamento com Delia (Belén Rueda), separados há pouco tempo. Sebastián como de costume leva os filhos para a escola, porém antes mesmo que elas saiam do edifício onde moram desaparecem. A busca pelas crianças irá enlouquecer os pais e Sebastián terá o dia mais intenso e revelador de sua vida.
- O diretor Patxi Amezcua consegue inserir ao filme um suspense angustiante que se faz presente em quase 80 % da trama, por saber que a sua duração era de apenas uma hora e meia a sensação de angustia aumentava em certa medida por ficar na dúvida se o roteiro iria conseguir segurar a ilusão criada para assim se dar o seu desfecho. Pena que não segurou. Amezcua e Alejo Flah mudam o tom quando a história vai chegando ao seu fim.
- Na tela passou-se a ideia de que houve um acordo para que o término fosse mudado, fato este que deixou a versão final da história morninha demais para o todo o clima que conseguiram criar. Porém acrescento que a captura das imagens e as interpretações com foco no facial de cada personagem desfocaram um pouco deste furo final.
- “Sétimo” é um roteiro com uma ideia muito boa e ousada que vale a pena ser conferida. O longa está nos cinemas no dia 27 de novembro.
