Ballet do Teatro Scala de Milão no Brasil


 

Uma das mais tradicionais e aclamadas companhias de dança no mundo chega ao Brasil em julho para apresentar o clássico “Giselle” no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, e ainda um “Gala” em Goiânia. Apresentações no país fazem parte das comemorações dos 30 anos da Dell’Arte Soluções Culturais

Com quase 200 anos de tradição, uma das mais importantes e aclamadas companhias de balé do mundo, o Ballet do Teatro Scala de Milão, volta ao Brasil em julho com seu corpo de baile completo e traz para os palcos do país uma montagem de “Giselle”, um dos mais consagrados balés de todos os tempos. A turnê é mais uma realização da Dell’Arte Soluções Culturais, que completa 30 anos de atividades dedicadas à cultura no Brasil este ano. A vinda da companhia ao Brasil tem o patrocínio da Bradesco Seguros.

Fundado em 1813 para servir às óperas da mais famosa casa de canto lírico do mundo, o Ballet do Teatro Scala de Milão logo assumiu o papel de protagonista para se tornar uma das mais importantes companhias do mundo. Dirigida atualmente por Makhar Vaziev, nos últimos anos destacam-se em seu extenso repertório clássicos do acadêmico ao moderno.

As apresentações do Ballet do Teatro Scala de Milão no Brasil fazem parte da Temporada de Dança Dell”Arte 30 Anos, que este ano trará ainda para os palcos brasileiros a Nederlands Dans Theater I, o Nuevo Ballet Español e o Les Ballets de Monte Carlo.

As apresentações no Brasil acontecem no dia 04 de julho em Goiânia, no Teatro Rio Vermelho, dias 07 e 08 de julho em Belo Horizonte, no Palácio das Artes, de 12 a 15 de julho em São Paulo, no Theatro Municipal, e de 18 a 22 de julho no Rio de Janeiro, no Theatro Municipal.

As apresentações em Belo Horizonte serão acompanhadas pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e as apresentações do Rio e de São Paulo serão acompanhadas pela Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, sempre com regência do maestro italiano Alessandro Ferrari.

No espetáculo de Gala de Goiânia, os bailarinos da companhia dançarão as coreografias Le Spectre de la rose (coreografia Michail Fokin – música Carl Maria von Weber), Proust, ou les intermittences du cœur (coreografia Roland Petit – música Gabriel Fauré), L’histoire de Manon (coreografia Kenneth MacMillan – música Jules Massenet), Diana e Atteone (coreografia Agrippina Vaganova – música Cesare Pugni adatt. Riccardo Drigo), La morte del cigno (coreografia Michail Fokin – música Camille Saint-Saëns), Romeo e Giulietta (coreografia Leonid Lavrovskij – música Sergej Prokof’ev), Il corsaro (coreografia Marius Petipa – música  Riccardo Drigo), L’altro Casanova (coreografia Gianluca Schiavoni-música Antonio Vivaldi), Don Chisciotte (coreografia Marius Petipa -  música Ludwig Minkus).

A COMPANHIA DE BALLET DO TEATRO SCALA DE MILÃO

O ilustre passado da companhia de balé do Teatro Scala de Milão tem suas raízes nos séculos que precederam à inauguração, em 1778, do mais célebre teatro musical do mundo, o Scala, onde permanece sediado. Sua história se confunde com o próprio nascimento do balé mundial, promovido exatamente na Itália, nas cortes renascentistas e, em particular, no esplêndido palácio dos Sforza, em Milão.

Lá, entre 1779 e 1789, Gasparo Angiolini montou uma companhia com mais de cinqüenta integrantes, e Salvatore Viganò testou em várias coreografias a sua concepção pessoal do ballet d’action, definida como “coreodrama”. Viganò exerceu enorme influência sobre os autores de dança contemporâneos, como o danseur noble Carlo Blasis, cujo nome permanece para sempre ligado à escola do Scala fundada em 1813.

Blasis foi diretor da “Imperial Regia Accademia” entre 1838 e 1851 e com ele estudaram as maiores estrelas da primeira metade do século XIX, entre elas Carlotta Briaza, a primeira intérprete de A Bela Adormecida de Tchaikovsky/Petipa (1890) e Pierina Legnani, a primeira Odette/Odile de O Lago dos Cisnes de Tchaikovsky/Petipa (1895), a quem se deve a proeza técnica dos trinta e dois fouettés do Cisne Negro.

Em 1881, a companhia  estreou Excelsior, o mais celebrado dos “grandes balés” de Luigi Manzotti, antecipando o gênero da revista musical. Profissionais estabelecidos como Raffaele Grassi, Nicola Guerra e Giovanni Pratesi fizeram a travessia da companhia do Scala para o século XX. e uma nova leva de astros e estrelas contribuiu para abrilhantar o Teatro depois da pausa provocada pela primeira guerra. Grandes coreógrafos, como Michel Fokine e Leonid Massine se encarregaram de adaptar ao gosto do Scala as novidades trazidas pelos “Ballets Russes”.

Depois da estréia em 1942 do seu Mandarim miraculoso (música de Béla Bartók), Aurelio Milloss foi encarregado por Arturo Toscanini para relançar o Ballet del Teatro Alla Scala no segundo pós-guerra. Em 1948, Massine retornou à companhia para preparar a sua Sagração da Primavera. Por mais de uma década, Massine teve uma grande influência sobre o Corpo de Baile que naqueles anos conheceu também George Balanchine, chamado ao Scala de 1952 a 1964. Contribuíram então com o seu brilho vários astros do balé como Carla Fracci, que iniciou sua carreira em 1956 interpretando Cinderela de Alfred Rodriguez e, dois anos depois, Romeu e Julieta de John Cranko. Veneza.

Fracci foi partner de Rudolf Nureyev, que se apresentou pela primeira vez no Scala em 1965, e destinou à companhia quase todos os seus clássicos: A Bela Adormecida (1966), O Quebra-nozes (1969), Paquita (1970), Don Quixote e Romeu e Julieta (1980), O Lago dos Cisnes (1990), mantendo um vínculo inteiramente peculiar com a companhia dirigida por John Field a partir de 1971.

Outros grandes nomes da coreografia mundial colaboraram com a companhia, como John Butler, Roland Petit e Maurice Béjart, que montou para o Scala O Pássaro de Fogo, Le marteau sans maître, Bakhti, e ainda Le Martyre de Saint Sébastien (1986) e Dyonisos (1988), mesclando várias vezes a companhia do Scala com o seu Ballet du XXème Siècle, a partir da Nona Sinfonia de Beethoven (1973).

Com Le jeune homme et la mort inaugura-se, de fato, em 1955 — mas que só tomaria impulso em 1963 — a longa e fértil colaboração da companhia com Roland Petit (Le Loup, La chambre, Les demoiselles de la nuit e, mais recentemente, The Marriage of Heaven and Hell, Proust ou Les intermittences du coeur, O Anjo Azul, Tout Satie, Carmen e Notre-Dame de Paris).

Nos anos 70 e 80, uma nova abertura na Europa e na América revela para a companhia coreógrafos como Jiri Kylián, Jerome Robbins, Birgit Cullberg e Louis Falco.

No Lago dos Cisnes de Franco Zeffirelli (1985) apresentou-se, ao lado de Carla Fracci, uma novíssima Alessandra Ferri que se tornou, em 1992, primeira bailarina absoluta do Teatro Scala, tendo o seu nome ligado a uma longa série de estréias e criações feitas especialmente para ela, como Quartetto (1998), de William Forsythe, e Ondine de Frederick Ashton (2000).

Nesse meio tempo, entre os diretores artísticos de prestígio internacional da companhia, surge Elisabetta Terabust, que exalta o talento de bailarinos como Roberto Bolle e Massimo Murru, ambos estrelas mundiais ao lado do convidado residente Maximiliano Guerra. Entre as étoiles femininas, Sylvie Guillem, que estreou no Scala, ao lado de Rudolf Nureyev, em 1987.

No início de 2002, a direção artística passa para Frédéric Olivieri, ex-primeiro bailarino do Ballet de Monte Carlo.

No repertório da companhia destacam-se, além dos clássicos do repertório acadêmico e moderno, coreografias de Mats Ek, William Forsythe, Antony Tudor, Glen Tetley, Alvin Ailey, Agnes de Mille, Paul Taylor, Maguy Marin e John Neumeier. Atualmente a companhia é dirigida por Makhar Vaziev, ex bailarino e diretor do Kirov.

Última atualização em Seg, 18 de Junho de 2012 16:13  
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