Seus olhos são intensos e cabe o universo neles. Dora, na flor da idade, sabe que toda idade tem sua flor, e que dentre elas, carrega a mais invejada. E se fosse apenas o corpo, vá lá! Não há peito que continue a bater quando a flor se apaga, fica só a casca e descobre-se que a casca não é bonita. Mas Dora...Dora tem beleza interna também, ama a vida e adora tudo. À Dora, tudo.
Quando moça, Dora sonha com o amanhã. Quando velha, Dora sonha com ontem.
Quando mocinha, com pressa pra tudo. Com sede de ser.
Contudo, dirá Dora, quando velhinha: mas pressa pra quê?
Dora adora a vida e a vida adora Dora.
Sonha, Dora, que é hora de descansar.
“Tia Dora?”.
Lá está ela a sonhar.
Diego Gianni
(20/02/2011)