Dá um tempo



Que coisa é esta de “dar tempo”?

Tempo não pede permissão.

Talvez seja verdade aquela velha história de que o tempo aquece ou esfria determinados sentimentos.

Mas também é verdade de que esse tempo entre uma coisa e outra iria acontecer de qualquer jeito.

Não culpe, não agradeça o tempo pelas coisas que acontecem. Não tem esta de “tudo no seu tempo”, não tem esta de “vai acontecer quando tiver de ser”.

Absolutamente nada acontece quando você não faz acontecer. O tempo é um mero espectador das suas atitudes, e acredite, é um espectador desinteressado. Da mesma forma que o mundo não gira ao seu redor, a vida não foi criada para você. Mas você faz parte da vida.

É parte do tempo que você tem nesta vida, e desse tempo você faz o que quiser.

Colocar seus sentimentos de reserva é uma escolha sua, mas não pense que será tão simples trazê-los de volta. Portanto, nunca “dê um tempo” para uma pessoa, pois pode ser que seu tempo e o de alguém que você amou nunca mais coincidam. Se desejares desistir de um sentimento, enterre-o de uma vez. Chore todo o que tem para chorar. Quando teus olhos estiverem secos, vai perceber que o tempo não parou no caminho para te afagar. Tempo não é dado, é emprestado. Voluntariamente, você empresta seu tempo para as pessoas que gosta, e em troca, recebe o tempo delas. E há aquela pessoa que você ama mais do que qualquer outra.

Com ela, você divide o tempo. Quando a pessoa não está mais entre nós, você pode até sorrir com amargura e dizer: “foi-se o tempo”. Mas não. O tempo não foi a lugar algum. É apenas a saudade, insano fragmento de felicidade idealizada, que nos faz todos os dias – por algum motivo – querer voltar no tempo. Perder assusta. Se fossemos imortais, sequer existiria o amor.

 

Diego Gianni

(01/07/2011)

 

 
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