Theatro Municipal de São Paulo exibe Sinfonia nº 3 de Mahler


Espetáculo que abriu a Temporada deste ano da Orquestra Sinfônica Municipal agora pode ser visto e revisto no YouTube, a partir desta sexta-feira, 14 de agosto

Uma música grandiosa que requer 170 artistas no palco, entre orquestra sinfônica, acompanhada de um coro só de vozes femininas e outro infanto-juvenil, e mais um solista. A Sinfonia nº 3 em Ré Menor, de Gustav Mahler, é uma obra-prima e uma das principais herdeiras de outra grande sinfonia escrita por um gênio da música de concerto, a nona de Beethoven. A similaridade entre as obras se dá pelo caráter visionário das composições, que exigem uma formação orquestral e tanto e o uso de vozes, sem falar na longa duração. A música do austríaco Gustav Mahler, um dos grandes regentes do período romântico, tem uma hora e quarenta minutos.

E nesta sexta-feira, 14 de agosto, o Theatro Municipal de São Paulo, ligado à Secretaria Municipal de Cultura, disponibiliza na internet mais um espetáculo de seu acervo. É o concerto Mahl3r, que abriu a temporada sinfônica 2020. A transmissão no canal do Theatro no YouTube começa às 20h e o conteúdo ficará disponível por um ano para o público ver e rever quando quiser, de graça e sem necessidade de cadastro.

No concerto apresentado em março deste ano, no palco do Theatro Municipal, e registrado pela equipe de audiovisual do próprio Theatro, a Orquestra Sinfônica Municipal, sob regência de seu maestro titular Roberto Minczuk, esteve acompanhada do naipe feminino do Coral Paulistano, sob preparação da maestrina Naomi Munakata (1955-2020), do Coro Infanto-Juvenil Heliópolis e da mezzo soprano Ana Lucia Benedetti.

Mahler compôs a Terceira Sinfonia durante as férias de verão na cidade austríaca de Steinbach, às margens do lago Attersee. Inspirado pela paisagem local, que o musicólogo francês e autor de sua biografia Henri-Louis de la Grainge definiu como “hino gigantesco à glória da natureza”, Mahler recorreu a textos da coletânea folclórica Des Knaben Wunderhorn (A Trompa Mágica do Menino), que serviria de inspiração a outros trabalhos, bem como a um trecho de Assim Falou Zaratustra, do filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900).

Regente, compositor e orquestrador, Gustav Mahler foi porta-voz das transformações musicais na virada do século 20, atuando na transição entre o romantismo e o modernismo. Estudou no Conservatório de Viena, regeu na famosa Ópera de Praga, o que tornou seu nome mais conhecido, e na icônica Royal Opera House de Londres. Foi maestro titular da Ópera Imperial de Viena, que à época era o cargo musical mais cobiçado de toda a Europa, e entre as suas principais obras estão, além da Sinfonia nº 3, as de nº 8 e de nº 2.

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Enquanto o Theatro Municipal de São Paulo segue fechado por determinação da prefeitura para evitar a propagação do novo coronavírus, o território digital é o novo palco. Quem acessa as redes sociais do Theatro pode conferir apresentações de performances de câmara, a íntegra de espetáculos apresentados no palco do Municipal e ainda aproveitar os cursos livres, as gravações solo em versões reduzidas para piano e acompanhar as lives com profissionais do Theatro. Tudo isso com acesso gratuito e irrestrito nas páginas do Theatro no Instagram, Facebook ou YouTube.

No canal de vídeos, em especial, o espectador pode assistir às óperas RigolettoO Barbeiro de SevilhaO Cavaleiro da Rosa A Viúva Alegre, ver ou rever os espetáculos do Balé da Cidade em A Biblioteca de Babel e A Sagração da Primavera e curtir dezenas de concertos sinfônicos como a série Beethoven Total, com a Orquestra Sinfônica Municipal interpretando as nove sinfonias do compositor alemão.

E o novo episódio do Podcast Theatro Municipal está no ar. Para falar da ópera O Guarani, que em 2020 completa 150 anos, a apresentadora Ligiana Costa recebe os musicólogos brasileiros Maria Alice Volpe e Lutero Rodrigues, o italiano Emilio Sala, professor da Universidade de Milão, o historiador Casé Angatu Xukuru Tupinambá e os diretores cênicos Walter Neiva e Marco Antonio Rodrigues.

Baseada no romance indianista de José de Alencar, a obra estreou no Teatro Scala de Milão, em 1870, e conta uma história de amor e o massacre dos índios Aymorés no Brasil Colônia. O episódio é dedicado à obra do compositor brasileiro Carlos Gomes, que também será tema do próximo podcast do Theatro Municipal de São Paulo. O conteúdo está disponível nas plataformas de streaming.

+ Theatro Municipal de São Paulo: theatromunicipal.org.br

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