Regina Casé em “Recital da Onça” no Festival de Teatro de Curitiba

A artista estreia no Festival e ainda promove a sua volta ao grande público com uma peça que traz energia e clareza sobre a literatura brasileira.

Em cena de Recital da Onça, peça que marca a sua volta aos palcos após 25 anos (Foto: Divulgação)

Regina Casé assume ao lado de Hermano Vianna a criação de “Recital da Onça” e volta ao teatro depois de 25 anos com direção dos diretores Estevão Ciavatta e Hamilton Vaz Pereira. A estreia aconteceu em Salvador para um público de 150 pessoas, já em Curitiba o monólogo marca a estreia de Regina no Festival de Teatro de Curitiba e um público de mais de 2 mil pessoas.

Em família se costurou o “Recital da Onça” que narra a história de uma mulher que recebeu um convite de Harvard para inventar um novo formato pop para palestras sobre literatura brasileira para estudantes estrangeiros. Ela precisa ensaiar suas propostas antes da viagem, a partir de textos de nossos grandes autores. “Recital da Onça” é esse “ensaio”. A plateia tem a tarefa de ajudá-la a escolher os textos mais adequados para essa missão e a enfrentar seu pavor de aeroportos, da imigração americana e do frio congelante do inverno em Harvard.

Hermano Vianna citou os mais variados trabalhos que fez com Regina Casé e acrescentou que além de uma grande apresentadora ela é também uma grande atriz. Os textos dados a Regina são desenvolvidos em cena de uma maneira muito leve e até mesmo natural, popularmente falando.

“Recital da Onça” em coletiva de imprensa para o Festival de Teatro de Curitiba (Foto: ACONTECE CURITIBA)

Os textos escolhidos são de acordo com o local de sua apresentação, em Curitiba, por exemplo, serão apresentados textos de Dalton Trevisan e Paulo Leminski. Já em Salvador houve espaço para Jorge Amado ao qual fora perguntado a Regina quando teve inicio o conteúdo do recital, tamanha identidade exposta por meio da literatura brasileira. Quem perguntou foi o irreverente Zeca Pagodinho, porque sentiu que aquela apresentação inicial fosse um bate-papo inicial com o público. Pode? Pode!

Estevão Ciavatta, Hernano Vianna, Regina Casé e Hamilton Vaz Pereira (Foto: ACONTECE CURITIBA)

Já Estevão Ciavatta, diretor geral do espetáculo, comemora a sua estreia com a esposa no teatro, admirou que o clima do Festival de Teatro seja mais tranquilo do que o de cinema, que exibe um pouco mais a cena de Hollywood.

Ciavatta não tinha visto Regina nos palcos, isto porque a artista estava fora de cena havia 25 anos, e durante todos esses anos o desejo da mesma era de conseguir falar com o maior número de pessoas possíveis, o que a fez investir em produzir conteúdo para a TV. Produtos que Ciavatta tanto no cinema quanto na televisão já dirigiu a maioria deles.

Uma curiosidade a mais para a vinda de Regina Casé à cidade é a de que seu inicio de relacionamento com Ciavatta se deu dentro de um tubo de ônibus em Curitiba. Coisas que só os bastidores do Festival de Teatro de Curitiba nos garante.

Ainda falando sobre os textos escolhidos para o recital, segundo Regina eles não se propõe a falar “do racismo, em falar de uma questão ou outra, mas é incrível como depois você vê o recital como um todo; como as questões que nós trabalhamos há “200 anos”, nós todos (Regina, Estevão, Hermano e Hamilton Vaz Pereira), estão ali presentes o tempo todo e vão aparecendo sem a gente ter cuidado disso.”, pontua a artista.

Pano de fundo

Regina Casé parece ser aquela pessoa que ascende os pavios da clareza sobre qualquer realidade. É o tipo de pessoa que é capaz de conversar sobre tudo e com todos com mesma elegância e desenvoltura independente da classe social. Ela é o não e o sim na mesma frase, porque se permite variar e refletir sobre o que fala e sobre o que falam.

Quando ela chega para a sala de coletiva está disposta a ouvir os colegas que a propósito são de longa data íntimos de sua história. Quando expõe o que irá falar no espetáculo explicita com detalhes que a sua meta é união e popularidade para ela é se reconhecer. “Há vários lados: do amor, da cultura.”.

De maneira direta ou indireta acompanhamos os mais variados conflitos e certamente permitir se reconhecer é um exercício a ser aprofundado.

Boa peça.

Serviço:
Recital da Onça
Regina Casé
Direção: Estevão Ciavatta e Hamilton Vaz Pereira
Criação: Regina Casé e Hermano Vianna

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