Redes sociais: a cultura do ódio


Psicanálise e Pandemia discute a polarização nas redes sociais e suas consequências no contexto atual

As redes sociais, nos últimos anos, vêm desempenhando um papel expressivo no âmbito político do país. Nas eleições de 2018, essas plataformas protagonizaram as discussões, alimentando a polarização de ideias e viralizando discursos de ódio. A obra Psicanálise e Pandemia, publicada pela Aller Editora e organizada pelo Fórum do Campo Lacaniano do Mato Grosso do Sul, traz análises que apontam para a necessidade de denunciar e pôr um basta nesse tipo de violência, indo além da reflexão sobre a pandemia e suas incidências na clínica.

Por exemplo, o capítulo escrito por Tatiana Siqueira, psicanalista que integra o time de autores da obra, aborda diretamente a questão:

Injúrias raciais, misoginia e homofobia tornam-se lugar comum nesses discursos sociais. Assim, a partir da realidade que segrega, é relevante que se discuta o preconceito. Vivemos um paradoxo: se, por um lado, busca-se garantia de direitos, por outro, pode dizer-se racista, sem qualquer pudor ou constrangimento. – Psicanálise e Pandemia

A dinâmica que tomou conta das redes acabou por criar um enredo que dificulta separar o que é violência do que é opinião. As mesmas pessoas que já saíam em defesa de falas que, segundo Achille Mbembe, legitimam a necropolítica começaram a se posicionar contra as recomendações de isolamento social e uso de máscara.  Nesse contexto, discursos que podem parecer independentes compartilham a imposição de uma política de morte facilmente reconhecida em frases como “bandido bom é bandido morto”. Tatiana Siqueira alerta:

Isso permitirá a conformação de vidas passíveis de extermínio, porque são consideradas menos qualificadas, substituíveis e ao mesmo tempo inimigas. – Psicanálise e Pandemia

Como demonstrou o documentário O dilema das redes sociais: ao mesmo tempo que plataformas como o Facebook ou o Instagram podem aproximar sujeitos e auxiliar na manutenção dos laços de solidariedade, também podem servir à divisão e esgarçamento do tecido social, colocando em risco a própria democracia. E isso não está passando desapercebido pelos psicanalistas.

FICHA TÉCNICA
ISBN: 978-65-87399-11-9
Formato: Brochura – 14x21cm
Páginas: 208
Idioma: Português
Editora: Aller Editora
Edição: 1ª/ 2020
Gênero: Psicanálise
Preço: 49,90
Link para compra: https://bit.ly/35Xelqt

Autores: Alba Abreu, Andréa Brunetto, Antonio Quinet, Bernard Nominé, Carmen Gallano, Claudia Wunsch, Daniel Foscaches, Hilza Maria, Isloany Machado, Lia Silveira, Luis Izcovich, Marcelo Bueno, Marilene Kovalski, Marisa Costa, Pricila Pesqueira, Rainer Melo, Tatiana Siqueira, Zilda Machado.

Sobre a editora: Formada pela psicanalista Fernanda Zacharewicz e pelo jornalista e publisher Omar Souza, a Aller Editora oferece em seu catálogo obras que se debruçam sobre os temas cruciais da teoria e da prática clínica, desde seus fundamentos até as repercussões dos debates atuais sobre o sujeito contemporâneo. Inspirada pelo verbo francês aller, que significa “ir”, a casa editorial convida leitores, atuantes na área de psicanálise ou não, a percorrer caminhos que cruzam fronteiras e a embarcar nesse desafio que é ler como movimento.

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