Será que tem cura?



Será que tem cura? Uma reflexão sobre os pequenos detalhes!
Pensava eu, cá com meus botões... Eu sou psicólogo, me formei em 2002, minha noiva é fisioterapeuta, se formou em 2006... Lembro que em 2006, quando ela estava se formando, eu ainda me encontrava meio mau das pernas na minha profissão, principalmente no consultório, onde não tinha muitos pacientes. Para meu espanto, a Fer logo que se formou, já começou a trabalhar em uma clinica, em pouco tempo já trabalhava em duas, logo em seguida já atendia pacientes em domicilio e tinha a agenda lotada.

No final de 2011 e começo de 2012 fomos viajar, quando voltamos, em três dias a agenda da minha querida fisioterapeuta já estava lotada, eu, no começo de fevereiro, ainda tenho muitos horários vagos para atender no consultório.

Fiquei me questionando. Porque isso acontece? Criei uma hipótese para tal e quero compartilhar com vocês.

A palavra “psicologia” vem do grego psico = alma, logia = estudo, ou seja, psicologia seria o estudo da alma. Creio que seja claro para todos que psicólogos não estudam a alma de ninguém, quem sabe a etimologia da palavra remeta a pensarmos que a psicologia seja um estudo profundo do ser humano.

Voltemos à questão das agendas, uma lotada e outra nem tanto. Já parou pra pensar, que quando temos uma dor física, logo procuramos um médico, ou algo parecido? Queremos parar de sentir essa dor o mais rápido possível, porque, é claro, essa dor muito nos incomoda. E quando a dor é na alma, quando é uma dor emocional ou psicológica, o que fazemos? Se pensarmos com lógica sobre a situação das agendas, concluiremos que, quando a dor é emocional, sentamos e esperamos passar... ...será que passa? Ou será que essa dor se transforma em outra coisa?

Muitas vezes trata-se somente o sintoma, uma dor física, por exemplo, tenta-se eliminar esse sintoma, muitas vezes sem que a causa dessa enfermidade seja conhecida, não levando em conta, que muitas vezes, a cura acontece de dentro para fora...

Então, trate sua dor no peito, mas lembre-se, sua dor pode ser dor de tristeza, de angustia. Quando for ao médico tratar aquela azia que não passa de jeito nenhum, tente refletir se não é você com seu gênio difícil que aumenta a produção de ácidos no seu estomago. Não deixe de falar daquela enxaqueca que tanto lhe incomoda, mas não deixe de confessar que sofre com seu perfeccionismo, com sua auto crítica, que você muitas vezes é sensível as criticas de outras pessoas e também é muito ansioso...

Muitos buscam a cura, mas poucos se dispõe a acabar com o acido da calunia, o bacilo do pessimismo, o veneno da inveja e o câncer do egoísmo...

Não querem mudar de vida, estão atrás da cura de um câncer, mas não abrem mão de uma simples mágoa... Querem “desentupir” as artérias do coração, continuando com o peito fechado, pela raiva e pela agressividade... queremos enxergar bem, sem tirar a venda da critica e da maledicência...

Algumas vezes imploramos pela cura da depressão, mas não abrimos mão do orgulho ferido, nem do sentimento de decepção das perdas que já experimentamos...

Muitas vezes clamamos pela intercessão divina, e, mesmo assim, permanecemos surdos, enquanto existem gritos de socorro de pessoas muito próximas e de nós mesmos...

Deus nos fala de muitas maneiras. A doença, certamente é uma delas. Quem sabe não seja um recado divino, nos dizendo que está faltando amor e harmonia na nossa vida?

Toda cura, é uma auto-cura, e a mais de dois mil anos os remédios estão a nossa disposição, basta querer usá-los.

De forma alguma quero, com isso, dizer que “doença não existe”, ela existe sim, quero apenas questionar o seguinte: Será que muitas vezes não somos nós mesmos os “fabricadores” de nossas próprias doenças? Será que aquela dor nas costas e aquela tensão nos ombros, só estão presentes porque estamos tentando carregar o mundo nas costas? Será que precisamos carregar esse fardo sozinhos?

Não, nós não precisamos! Precisamos sim, dar valor as coisas simples, um aperto de mão, um abraço apertado, um olhar doce, um sorriso nos lábios, um gesto de amor, uma palavra de carinho, ou, simplesmente ter alguém do seu lado, que não fale nada, mas que está sempre ali, para te mostrar que você não está sozinho...

Isso me lembra algo que muito me emociona, algo que aprendi com o meu pai, com aquele senhorzinho careca que nem sabia das psicologias da vida, mas, que com muita sabedoria, sabia mostrar que sempre estaria do lado de quem precisasse dele. Me lembro bem, era criança ainda, via minha mãe chorar muito, sentia uma tristeza profunda, clara em seus olhos, hoje diagnosticada como depressão, me recordo de muitas vezes minha mãe se ausentar, se trancar no banheiro para chorar, para que eu, minha irmã e meu pai não víssemos o sofrimento dela... quando isso acontecia, meu pais saia silenciosamente, ia até a porta do banheiro, sentava no chão, e, em silêncio, mexia vagarosamente na maçaneta da porta durante todo o tempo que minha mãe ficava lá dentro, nesse silêncio, com esse gesto, ele fazia a coisa mais importante que minha mãe precisava, mostrava pra ela, que ela não estava sozinha.

Bem simples não é? Com esse exemplo, podemos ver com clareza, que para ajudar as outras pessoas não precisamos de nenhuma faculdade, não precisamos de nenhum treinamento especifico... precisamos fazer simplesmente como meu velho, “tratar as pessoas com maciças doses de amor”.


P.S. Tem cura sim! Olhe para dentro!
“Quem olha pra fora sonha! Quem olha pra dentro acorda!” C.G Jung



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Rafael Leitoles Remer, Psicólogo CRP:08/09332
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