Fomos conferir "Os amigos" que está estreando nos cinemas

  • A maioria das existências virariam ótimas teses de filosofia, muitas delas contém a resposta para todas as perguntas sobre a vida. Quem somos é a soma de conceitos que internalizamos ao longo de nossa existência, poucos são aqueles que vivem com esta consciência e podem de maneira saudável aproveitar cada segundo. Em “Os Amigos” o enredo preocupasse em mostrar as lições de uma existência. Apesar de esta ideia ser interessante a diretora Lina Chamie não consegue emplacar no comparecimento dos atores em cena.
  • A trama narra a história de Téo (Marco Ricca) um arquiteto que se encontra em meio a uma crise existencial após a perda de um grande amigo de infância. Majú (Dira Paes) com quem tem uma relação de amizade, vive tentando encontrar a sua alma gêmea e acaba por se surpreender com a resposta que a vida lhe oferece. Em meio a lembranças e cargas do presente Téo divaga pelo próprio eu e reencontra a simplicidade da vida com a ajuda do passado.
  • O filme começa com a intenção de te reiterar da existência de Téo, ele acorda e respira fundo já pensando na grande perda do amigo querido. Ali fica claro que aos demais personagens não serão lhes dado tanta importância. A ideia é mostrar o que Téo pensa em um dia atípico. É a partir daquilo que perdeu que o personagem descobre suas carências e motivos pelos quais a sua presença com o amigo não pode ser mais intensa depois de mais velho.
  • Esta narrativa é encantadora e permite a história algo além de um causo, consegue retratar na tela profundidade sobre a concepção da vida, sobre as escolhas, sobre quem somos na infância e depois no que nos tornamos quando adultos. A jovialidade de alguma forma evapora e tudo que era uma aventura de repente torna-se responsabilidade.
  • Mesmo com todo este conceito filosófico e físico a diretora Lina Chamie não consegue converter na tela um bom desempenho de seus atores. Nem sempre o silêncio consegue explicar o que uma história quer passar ao público, houve muitos suspiros e espaço solitários em silêncio que não agregaram a intencional poesia dos momentos. Outra incoerência é que Téo é um arquiteto, inclusive é mostrado o escritório de arquitetura ao qual ele é um dos donos, em sua casa percebe-se um gosto muito ruim para um arquiteto conceituado, até o homem mais desligado do mundo teria um apartamento mais decente.
  • Marco Ricca além de atuar é responsável pela produção do filme, Dira Paes não diz muito na trama, a sua personagem parece um pouco lesada, diz coisas do tipo: “Meu filho não pode ouvir isso” estando do lado do garoto. As crianças ficam devendo menos leitura e mais interpretação, os diálogos ficaram fracos demais.
  • O filme conta com uma curiosa intervenção de crianças ao longo da história encenando a jornada de Ulysses, detalhe que enriqueceu a trama. Há também a proposta de não aparecer nada na tela, dando oportunidade ao espectador de imaginar o que quiser. “Os Amigos” não é um super filme, mas apresenta bons momentos de eloquência moral na simples conversa com menino nerd em uma loja de brinquedos.
  • Enfim, “Os Amigos” estreia nos cinemas no dia 27 de novembro. 
 
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