Herança voluntária: Mãe, filha e neta auxiliam crianças, adolescentes e familiares em tratamento contra o câncer

  •   Lea Della Casa Mingione, paulistana de nascimento e de coração, foi a pioneira da família. Em 43 anos de voluntariado, ela liderou o atendimento as crianças e adolescentes com câncer na cidade de São Paulo.  A voluntária chegou ao GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e a Criança com Câncer) 43 anos atrás, depois de perder a mãe e duas irmãs para o câncer. Tinha 39 anos, e o luto, a fez ver que sua rotina poderia ser diferente. “Percebi que minha vida era sem sentido, passava tardes fazendo compras em shoppings. Sentia que para lidar com as minhas perdas, precisava ocupar o tempo. Dessa forma, decidi trabalhar como voluntária. No começo, eu não queria ter contato com os pacientes, mas, por causa de uma criança que um dia me pediu colo se queixando de dor na enfermaria, acabei aceitando”.
  • Como tudo começou
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  •          Desde 1971, Dona Lea como é conhecida, dedica sua vida ao voluntariado, tendo atuado por 14 anos na AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente. Posteriormente, engajou-se por mais 15 anos no trabalho voluntário do Hospital do Câncer, junto com Carmem Prudente, onde se responsabilizou pela enfermaria infantil. Lá, implantou o setor de Quimioterapia voltada às crianças e, mobilizando a comunidade, construiu também uma área de recreação e uma enfermaria infantil.
  •          Por seu trabalho com as crianças e o conhecimento obtido sobre as grandes necessidades na área de tratamento de câncer infantojuvenil, ela foi a escolha óbvia do Dr. Sergio Petrilli para que, com ele e o Sr. Jacinto Antonio Guidolin, formassem o "tripé" que viria a ser a base fundadora do GRAACC, em 4 de novembro de 1991.
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  •          O GRAACC nasceu de uma reunião entre médicos, enfermeiros, funcionários, pais de pacientes, empresários e apoiadores voluntários. No dia 4 de novembro é aprovado o estatuto da nova instituição e o Sr Jacinto A. Guidolin é eleito o primeiro presidente da instituição. Dona Léa Mingione traz o grupo de voluntários para atuar no espaço. O serviço recebe o 1° Grupo de Residentes de Oncologia Pediátrica da UNIFESP. Nesse mesmo ano, 44 crianças e adolescentes são atendidos pelo GRAACC
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  •          Em 1993, o GRAACC é escolhido para participar da primeira campanha McDia Feliz, coordenada pelo Instituto Ronald McDonald. Com os recursos a instituição passa a pensar na possibilidade da construção de um hospital especializado em oncologia pediátrica.
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  •          Afinal, já considerado um centro de referência no tratamento do câncer pediátrico, o GRAACC começa a receber várias crianças e adolescentes de todos os estados brasileiros. No entanto, como não podiam se manter em São Paulo, muitos desses pacientes abandonavam o tratamento. Por isso, a instituição congregou suas forças e, em 10 de novembro, inaugurou a Casa Ronald McDonald São Paulo Moema, dirigida por Dona Léa Mingione.
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  •          Fruto da parceria entre o GRAACC e o Instituto Ronald McDonald, a Casa Ronald McDonald São Paulo Moema, faz parte do Programa Casa Ronald McDonald, coordenado pelo Instituto Ronald McDonald no Brasil, com o objetivo de proporcionar hospedagem, alimentação e suporte psicossocial para os pequenos pacientes com câncer e seus familiares que, devido ao tratamento, encontram-se longe das suas cidades de origem. Atualmente, conta com 30 suítes que abrigam crianças e adolescentes que fazem tratamento contra o câncer e seus respectivos acompanhantes, vindos da cidade de São Paulo, de munícipios do interior paulista e até mesmo de outros estados.
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  •  Filha e neta integram-se ao voluntariado
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  •          Motivada por Dona Lea, Marta Mingione também herdou de sua mãe o amor, carinho e a dedicação à causa. Quando abriu uma vaga de coordenação administrativa na Casa Ronald McDonald São Paulo Moema, Marta logo decidiu se candidatar. “Na época era gerente comercial de um clinica de estética, bem estar e saúde, mas senti vontade e a necessidade de novos desafios. O cargo tinha nascido para mim, pois a Casa Ronald McDonald São Paulo Moema apresentava desafios constantes: precisava lidar com pessoas, funcionários, voluntários e parceiros”. Aliado a isso, o candidato precisava não só ter qualificação profissional, o lado solidário e acolhedor com as crianças, adolescentes e seus acompanhantes também eram requisitos importantes. “O lado solidário sempre esteve presente em minha família, isso é algo que nasceu comigo e com certeza esse requisito eu já tinha herdado”, relembra Marta.
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  •          Juliana Mingione - filha de Marta - cresceu com o exemplo da mãe e da avó. Desde pequena dedicava-se aos eventos da Casa Ronald McDonald São Paulo Moema: organizava festas temáticas, campanhas de arrecadação de alimentos e passeios externos, além de ter sido responsável pela organização durante dois anos na Campanha McDia Feliz,a campanha coordenada pelo Instituto Ronald McDonald, visa captar recursos e concentrar esforços em projetos locais, regionais e nacionais a fim de contribuir para o aumento dos índices de cura do câncer infantojuvenil.  “Foi no trabalho voluntário que encontrei minha essência. O voluntariado significa tudo para mim. É o momento onde me desligo de todos os meus problemas e me entrego. É algo muito natural”, relata Juliana.
  •          Hoje, as três se dedicam de alguma maneira ao voluntariado e esperam que esta “herança genética” continue sempre na família, sendo repetida por outras gerações.
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  • 15 anos do Instituto Ronald McDonald
  •  O Instituto Ronald McDonald é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover a saúde e a qualidade de vida de adolescentes e crianças com câncer. Com 15 anos de atuação, a organização desenvolve e coordena Programas - Diagnóstico Precoce, Atenção Integral, Espaço da Família Ronald McDonald e Casa Ronald McDonald - que possibilitam o diagnóstico precoce, encaminhamento adequado e atendimento integral e de qualidade para os jovens pacientes e seus familiares. Desde 1999, R$100 milhões foram arrecadados através de campanhas e eventos como o McDia Feliz, os Cofrinhos, o Invitational Golf Cup e o Jantar de Gala, e foram destinados para 116 instituições em todo o Brasil, entre hospitais, casas e grupos de apoio que lutam pela cura do câncer infantojuvenil. Cerca de 2,8 milhões de crianças e adolescentes foram beneficiados nestes 15 anos de trabalho do Instituto Ronald McDonald.
  • Sobre o GRAACC
  • Referência no tratamento e pesquisa do câncer infantojuvenil na América Latina, principalmente em casos de alta complexidade, e uma das mais respeitadas e bem-sucedidas ONGs do País, o GRAACC – Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, criado em 1991, tem a missão de garantir a crianças e adolescentes com câncer todas as chances de cura com qualidade de vida. A organização é reconhecida pelos expressivos resultados obtidos na cura do câncer infantil, alcançando índices de cerca de 70%. O GRAACC tem um hospital próprio e realiza mais de 26 mil consultas, 1,6 mil cirurgias e 11 mil sessões de quimioterapia anualmente.  Com um orçamento de R$ 80 milhões anuais, atende em média 3 mil crianças e adolescentes por ano. Informações no www.graacc.org.br.
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