Brasileiros são os mais ansiosos e depressivos

Um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) traz resultados bem preocupantes. Nos últimos dez anos, o número de pessoas com depressão aumentou 18,4%, o que corresponde a 322 milhões de indivíduos ou 4,4% da população mundial. O Brasil tem a maior taxa do continente latino-americano, 5,8%.

O país também é campeão mundial quando o assunto é a ansiedade. Ainda segundo o estudo, 9,3% da população manifesta o quadro que engloba ataques de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, fobias e estresse pós-traumático. As mulheres são as mais afetadas, sendo 7,7% ansiosas e 5,1% depressivas. Já nos homens, o percentual cai para 3,6% em ambos os casos.

A depressão é o segundo maior problema de saúde pública no mundo e aproximadamente 10% das mulheres e 6% dos homens vão ter um episódio depressivo ao longo da vida, segundo a OMS. Mas você sabe a diferença entre depressão e ansiedade?

O médico cooperado da Unimed Curitiba especialista em Psiquiatria, Gustavo Sehnem, explica que a depressão é uma doença que gera muito sofrimento físico e emocional. Trata-se de um sentimento ruim que afeta a vida do paciente, alterando suas atividades diárias junto à família,  no ambiente de trabalho, no relacionamento com as pessoas, etc.  A doença pode se estender por meses ou até mesmo anos, sem um tratamento adequado.  Em casos mais sérios, as pessoas com depressão podem até pensar em suicídio.

O especialista alerta que, em muitos casos, a depressão é facilmente confundida com a tristeza, sentimento normal que não prejudica a produtividade e que é desencadeado por algum evento específico, como não ir bem em uma prova ou ser recusado em uma entrevista de emprego. "Esse estado dura horas ou dias e, mesmo triste, é possível fazer atividades simples do dia a dia", completa.

Contudo, ele alerta que o preconceito e o estigma impedem que alguns pacientes enxerguem essas diferenças e que, para melhorar, não basta apenas ter força de vontade. "É comum ouvir que uma pessoa deprimida deveria 'levantar a cabeça' ao invés de tomar remédios. Outro erro é o próprio paciente acreditar que têm tudo para ser feliz, mas mesmo assim, têm uma depressão, como se a doença não fosse causada por algo além da falta de uma boa vida", explica.

Como sintomas psiquiátricos são subjetivos, ou seja, não se evidenciam por um exame laboratorial ou simplesmente pela aparência do indivíduo, os principais transtornos psiquiátricos acabam sendo negligenciados pelo indivíduo e pela família. O desconhecimento pode ser uma das causas pelas quais cerca de 70% dos pacientes ao redor do mundo não procuram tratamento.

Síndrome do pânico e transtorno da ansiedade

Segundo a OMS, a síndrome do pânico afeta 3,5% da população e o transtorno de ansiedade generalizada, 3,4%. O médico cooperado Gustavo Sehnem explica a diferença. "A síndrome do pânico é um transtorno que vem acompanhado de fortes crises de ansiedade e geram muito sofrimento físico e emocional".

O transtorno é caracterizado por crises recorrentes de pânico, com sintomas que incluem taquicardia, suores, tremores, falta de ar, dor no peito, náusea, medo de morrer ou de perder o controle, e pode ser confundido com problemas cardíacos ou com um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A crise dura poucos minutos, mas o problema maior do transtorno é viver com o medo. A diferença entre uma crise isolada e o transtorno está relacionada à frequência dos sintomas e o quanto eles afetam a vida do paciente.

"Os ataques de pânico, isolados, tendem a ser limitados e duram pouco tempo, em torno de 30 minutos, no máximo. Quando há uma sequência desses ataques, gera o chamado transtorno ou síndrome do pânico, que demanda um pouco mais de atenção", explica o médico especialista em psiquiatria, acrescentando que a síndrome muitas vezes desenvolve uma série de transtornos paralelos, como a agorafobia, ou o medo de sair de casa, que alteram a normalidade das atividades diárias do paciente.

As causas da síndrome do pânico ainda são um mistério para a Medicina, pois elas são multifatoriais: estresse, fatores ambientais e hábitos de vida não saudáveis, como o consumo exagerado de cafeína, fumar e ingerir bebidas alcoólicas, além de predisposição. "O estresse é um grande desencadeador de ataques de pânico. Se você vive em um mundo muito competitivo, cheio de metas a serem cumpridas, isso tudo gera um estresse. Há, portanto, fatores biológicos e psicológicos para desencadear o pânico e embora pareça que está aumentando cada vez mais o número de casos, o que pode ser é que há maior diagnóstico hoje", lembra Gustavo Sehnem.

Diálogo Saudável

A Unimed Curitiba traz uma nova edição do Diálogo Saudável que aborda esta temática. No vídeo,  o médico cooperado especialista em Psiquiatria Ricardo Sbalqueiro fala sobre como reconhecer os sintomas da "Síndrome do Pânico", com dicas sobre como é possível perceber sinais, evidentes, mas que muitas vezes passam despercebidos. Acesse o vídeo em www.facebook/UnimedCuritiba.

 
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