Olho diabético precisa de atenção dobrada

  • Diabetes é uma doença que compromete a produção e o uso de insulina pelo corpo no controle dos níveis de açúcar no sangue. Embora esse açúcar – a glucose – seja uma importante fonte de energia para as células, em altas quantidades pode acabar prejudicando o bom funcionamento de órgãos importantes, como o coração, os rins, os vasos sanguíneos e, inclusive, os olhos. Essa doença atinge 2% da população mundial, ou seja, cerca de 150 milhões de pessoas. A maioria sofre de problemas de visão e precisa ter atenção dobrada para não deixar de enxergar.
  • “Junto com as alterações neurológicas, renais e vasculares, a retinopatia diabética – que é o termo usado para designar alterações na retina – faz parte das complicações mais frequentes do paciente diabético. Inclusive, é uma das principais causas de cegueira”, alerta Renato Neves, oftalmologista e diretor-presidente doEye Care Hospital de Olhos (SP) – chamando atenção para o fato de que essas alterações da retina se comportam de maneiras diferentes nos pacientes com diabetes tipo 1 e nos que têm tipo 2. “Com um controle rigoroso da glicemia, nos dois casos é possível retardar o aparecimento ou diminuir a gravidade do problema.”
  • No início, o especialista diz que as alterações no fundo do olho não dão sintomas evidentes e o paciente pode ter boa visão. Com o passar do tempo, dependendo do controle e progressão da doença, pode haver alterações nas paredes dos vasos retinianos, levando à formação de microaneurismas e hemorragias, depósitos lipídicos (gordura) na retina, edema retiniano e alterações causadas pela dificuldade de irrigação. Isso muitas vezes resulta na perda da visão central. Além de manter a taxa de glicemia em níveis aceitáveis, consultar um oftalmologista ao menor desconforto visual é importante para controlar esses desdobramentos que no início podem ser assintomáticos. Àqueles que já estão sentindo alterações na retina causadas pela doença, a melhor notícia dos últimos tempos são as injeções intravítreas de antiangiogênicos, já liberadas pela ANVISA e pelo FDA.
  • Antiangiogênicos representam avanço no tratamento da retinopatia diabética
  • O principal papel das injeções intravítreas de antiangiogênicos (Lucentis e Eylia) é a interrupção da perda de visão. Embora nem todo paciente possa recuperar a visão perdida, as injeções intravítreas impedem a progressão da doença, evitando que a pessoa acabe ficando cega. “Com anestesia local e pupilas dilatadas, a injeção é aplicada diretamente no vítreo, camada gelatinosa localizada entre a retina e o cristalino. O procedimento precisa ser repetido em intervalos regulares para se obter resultados duradouros e o paciente deve usar colírios antibióticos durante o tempo prescrito pelo oftalmologista (geralmente, trinta dias).  Ensaios clínicos demonstram que a aplicação de antiangiogênicos melhora em até 34% a visão central e estabiliza a visão em 90% dos casos”, diz Neves.
  • Fique atento aos fatores de risco!
  • Pessoas com risco aumentado para retinopatia diabética são aquelas que não controlam os níveis de açúcar no sangue como deveriam, como também as gestantes e os hipertensos. Os riscos também aumentam ao longo da doença, ou seja, quanto mais tempo se convive com o diabetes, maiores as chances de apresentar algum problema de visão. Por fim, alguns grupos étnicos têm mais propensão à doença. É o caso dos afrodescendentes e dos hispânicos.
  • Fonte: Dr. Renato Neves, cirurgião oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, e autor do livro Seus Olhos –www.eyecare.com.br
Última atualização em Ter, 17 de Março de 2015 13:58  
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