- O cinema brasileiro terá a oportunidade de ter nas telas mais do que um filme, um documentário sobre a vida de jovens que vivem nas ruelas, nas quebradas da favela do Rio de Janeiro. Inspirada pela história dos adolescentes “Na Quebrada” não é pedante e consegue extrair o melhor de cada relato de sofrimento; todos têm algo em comum: sonham por uma vida melhor.
- A dignidade é almejada pelas cinco histórias contadas no filme e uma em especial a perde entoando ao longa um caminho que é sofrido, mas que pode ser crível para o lado positivo. O conto de esperança é produzido por Luciano Huck e dirigido por seu irmão Fernando Grostein Andrade.
- Diferente de “Trash – A Esperança vem do Lixo”, “Na Quebrada” propõe a visão da realidade sobre os adolescentes que vivem sujeitos a entrar no crime em busca de sobrevivência, mostram um ambiente totalmente negativo para qualquer um que sonha ser alguém na vida. Com a mesma ideia de esperança em meio às dificuldades o diretor Fernando adapta histórias reais em diálogos singulares com um olhar muito puro sobre as escolha dentro de uma “quebrada”.
- O lado obscuro por entre os muros e ruelas cariocas são de dar pena e muito do que a maioria tem acesso sobre como funciona o “sistema” por lá não é nada perto daquilo que eles realmente sofrem todos os dias infelizmente. Mostrar o real choca e até chama a atenção nos caminhos pelos quais os roteiros neste gênero vêm sendo apresentados no cinema brasileiro, a questão da desigualdade, das drogas, do indivíduo querendo um mundo melhor são as mais usadas, e, como reflexo ao público provocam uma discussão tímida sobre estas questões.
- A abordagem sobre tais assuntos são encarados como “mais um filme de palavrões”, o espectador em sua maioria não gosta de se ver na tela, no longa é possível ver algo que é rotineiro e isto vai chocar a quem é da turma que acha tudo exagero. Fernando consegue captar o real sem ser pedante. As histórias foram bem dividas contadas a partir de cenas quebradas e especificando o relato de cada personagem. Zeca, Mônica, Joana, Junior e Gerson são as vidas retratadas e em especial a que mais chama a atenção é a história de Mônica, pois se limita a descrever em como vive com os pais deficientes visuais, destoando um pouco da dura e trágica vida dos demais.
- Vale dizer que o filme é inspirado pelas reais histórias de Zeca, Gerson, Junior, Mônica e Joana adolescentes que fazem ou fizeram parte do Instituto Criar de Tv, Cinema e Novas Mídias, liderada por Luciano Huck, num projeto para ensinar cinema realizado na favela carioca. Além desta Ong um grupo de teatro chamado “Lado de Cá” revelou atores que são presidiários, a atuação da maioria foi muito boa.
- “Na Quebrada” estreia dia 16 de outubro e é muito realista, mas não é pesado. A história é um relato daquilo que nós brasileiros ouvimos dizer que acontece por aí, mas que nem imagina o labirinto que jovens brilhantes vivem todos os dias para sobreviver. O sonho é alimentado pela manhã por estar vivo e nutrido pela esperança até o dia acabar.
