Autismo: mitos e verdades

O autismo é um distúrbio neurológico que tem atingido grande número. Estima-se que cerca de 70 milhões de pessoas no mundo foram diagnosticadas com essa condição. Atualmente, ele é denominado transtorno do espectro autista, para melhor exemplificar que as pessoas afetadas pelo autismo apresentam comprometimentos distintos, de grau leve a severo, na capacidade de comunicação, inteligência, imaginação e comportamento.

“Tais dificuldades geram problemas em vários domínios da aprendizagem, comportamento e sociabilização. Em resumo, possuem dificuldades de compreender o mundo que as rodeiam e, para adaptar-se a ele, usam comportamentos compensatórios com padrões próprios, diferentes dos habituais, restringem seus interesses e atividades, realizam atos em padrões repetitivos e estereotipados, muitas vezes sem uma finalidade compreensível para quem as observa”, explica o neuropediatra da Unimed Curitiba Antônio Carlos de Farias.

Segundo ele, os principais sinais precoces envolvem a comunicação não verbal das crianças, como não olhar nos olhos, falta de percepção das emoções do outro, interesse pela face humana menor do que por objetos, falta de reciprocidade na comunicação, dificuldade em usar a linguagem corporal como apontar com o dedo algum desejo, dividir e compartilhar atenção. “Além disso, é importante ficar atento a alterações da percepção sensorial, por exemplo, se a criança se incomoda com ruídos, cheiros, roupas, entre outros”, conta.

Para o especialista a possibilidade de evolução favorável relaciona-se ao diagnóstico precoce e intervenção adequada. Estima-se que 75% das crianças autistas estimuladas precocemente são capazes de falar. “Intervenções cognitivas e comportamentais intensivas associadas à terapia de integração sensorial além de prevenirem comportamentos antissociais, promovem o aprendizado emocional, habilidades primordial para a comunicação e sociabilização. As crianças necessitam de treinamento para aprender como perceber e demonstrar sentimentos e afetos, ao mesmo tempo em que devem ser condicionadas a não desenvolverem comportamentos estereotipados”, ressalta.

Essa reabilitação deve ser planejada, sistematizada, lúdica, continuada porém, não pode ser estressante à criança. As atividades devem ser coerentes com a fase do desenvolvimento em que a criança se encontra e ajustada para sua capacidade cognitiva e as demandas do ambiente. “Medicamentos são necessários quando ocorrem crises convulsivas ou em situações específicas em que a criança apresenta comportamentos como desatenção excessiva e agressividade que interferem na sociabilização e inclusão escolar”, comenta Farias.

O especialista listou abaixo alguns mitos e verdades sobre o autismo. Acompanhe:

O autismo surgiu no século XXI – Mito

O autismo sempre existiu na espécie humana. O que modificou foi o conhecimento e o aprimoramento dos critérios diagnósticos, o que propiciou maior reconhecimento de casos que anteriormente não eram classificados como autismo. Também foi importante a introdução do conceito "espectro autista” para enfatizar que dentro deste “guarda chuva” ocorrem variações de gravidade da doença (leve a severo) envolvendo comportamento, cognição e capacidade de comunicação.

Crianças autistas devem ser mantidas no convívio com outras – Verdade (com ressalvas

É preciso entender o conceito de espectro autista, viabilizar a inclusão de acordo com o perfil da criança. Algumas tem boa capacidade de comunicação e inteligência, podem frequentar ensino regular. Outras possuem grave comprometimento e necessitam cuidados mais individualizados. O importante é que em grau maior ou menor todas podem de alguma maneira ser incluídas.

Crianças autistas são superdotadas – Mito

80% dos casos diagnosticados com autismo possuem deficiência intelectual. Na verdade eles têm boa capacidade de memorizar sequências.

Vacinas causam autismo - Mito

É importante, principalmente para os pais buscarem informações em fonte com credibilidade. Nenhum estudo científico sério comprovou esta hipótese.

Autistas precisam de tratamento comportamental e medicamentos - Verdade

Não existe tratamento especifico para doença, existem intervenções comportamentais (treinamento) especificas para linguagem, comunicação e percepção sensorial. Algumas crianças precisam de medicamentos, mas não todas. Depende se ocorrem agressividade, convulsões, déficit de atenção, ansiedade.

Sobre a Unimed Curitiba: Maior cooperativa de saúde do Paraná e uma das cinco maiores cooperativas do Sistema Unimed Brasil, a Unimed Curitiba foi fundada em 6 de agosto de 1971. Com 45 anos de mercado, reúne mais de 4.300 médicos cooperados e quase 600 mil clientes. “Cuidar da saúde faz a vida valer a pena” é a Missão da Unimed Curitiba, uma cooperativa Feita de Médicos.

 
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