Birdman -A Inesperada Virtude da Ignorância

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  • “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)” está imbuído da mais pura arte do teatro, função a qual leva toda técnica necessária para que no cinema a construção desta obra seja intensamente maravilhosa. Ao que tudo indica o longa fará história não só com uma abastada bilheteria como também de uma agradável lembrança através dos prêmios que conquistará. “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)” está disputando de frente com o audacioso “Boyhood” (2014), provando que as técnicas usadas por ambos os filmes é que o qualificam como os melhores, mais do que quem está atuando neles. Este ano a arte pura está vencendo a “modinha” e que assim seja!
  • “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)” não ganhou a toa o prêmio de melhor roteiro no Globo de Ouro 2015, isto porque realmente a intensidade de seu texto é digna de todas as exaltações possíveis para a obra apresentada em tela. Estendo a perfeição sobre as jogadas de câmera, a presença constante do teatro e das analogias sobre o irreal e o real.
  • Michael Keanton vive um fantástico ator chamado Riggan Thomson, um candidato ao fracasso, tudo porque faz a escolha de não deixar ir para frente a franquia de seu maior sucesso na carreira: a do super-herói “Birdman” que entraria para a sua quarta continuação. Riggan foi perdendo a graça em meio às inovações tecnológicas e às adaptações que o mercado artístico exigia e na ânsia pela fama ele decide roteirizar, atuar e dirigir uma antiga peça na Broadway. Esta decisão irá leva-lo a loucura, mas é claro com toda pompa e maestria que o show business tem por direito. A ele cabe o bordão “Isto é Broadway, meu caro!”.
  • Riggan lida constantemente com a perda. Ei, mas quem não lida?! Só que Riggan lida com uma perda que a ele é sempre pública, pois as suas perdas e ganhos aparecem reportados na primeira ou na última página do jornal. Como ele reage? Mal. Seu autocontrole é frágil demais para aguentar tanto julgamento. O roteiro do também diretor Alejandro Gonzáles Iñárritu e dos roteiristas Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris e Armando Bo procuram enaltecer as falas, o longa tem muito texto e texto bom, ótimo! Cenas muito boas que permitem a todos os atores, principalmente de Keanton, a desenvolver os seus personagens dando uma intensidade a mais a cada fala.
  • O jogo com as câmeras também alimenta a sensação da observação. Aquele teatro apresentasse com esta ideia de observação, logo, a câmera, acompanha todos os passos dos personagens dando a dinâmica da história. Aliás, a esta história quem mais me deixou apaixonada é a voz que perturba e diz as merecidas verdades à Riggan, ela representa todo o seu ego que repulsivamente o julga sem piedade.
  • Na medida certa “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)” é e será um dos clássicos do cinema e de indispensável apreciação de quem ama a arte dos palcos, do cinema. Ele tem estreia para o dia 29 de janeiro aqui no Brasil e o meu voto é para que ganhe o prêmio de melhor filme no Oscar 2015.  
Última atualização em Seg, 19 de Janeiro de 2015 09:57  
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