Houve Copa e foi a Copa das Copas

  • Houve Copa e foi a Copa das Copas! E ela serviu para definir não só o momento do futebol brasileiro que está à beira de virar peça de museu, como a transformação de “torcedores” brasileiros que até pouco tempo atrás pensavam e curtiam futebol com o coração; e que agora vê-se opinando sobre esta arte nos gramados com tons políticos, ressaltando mais a negatividade do que o aspecto positivo que a Copa acabou proporcionando ao Brasil. 
  • O fluorou por este mês festivo ao futebol foi intenso e os detalhes foram acompanhados praticamente um a um, aqui em Curitiba quase ficamos de fora das cidades sede do mundial, houve quem dizia que: “Eu não quero Copa, mas que vergonha Curitiba ficar de fora”. Sem dúvida alguma o país viveu um misto de vontade e orgulho pelo esporte, junto com uma onda desconexa no pensamento político que nos acompanhou até ontem nas nossas conversas, nos nossos pensamentos, tudo era de alguma maneira ligada a Copa.
  • Poderíamos levantar diversos números aos quais representariam lucros e prejuízos advindos do mundial, porém o legado que o país conseguiu foi manter a sua imagem de ser um ótimo anfitrião, sorridente e solicito. Em Curitiba recebemos os 500 mil turistas, número previamente levantado pela Secretaria de Turismo e setores organizados que se uniram para bem receber na cidade. Muitas obras ainda estão inacabadas, muitos projetos saíram e voltaram para a gaveta, muitas pessoas foram responsabilizadas e outras ainda irão ser. Este ano é de eleição também, prepare-se para saber tintim por tintim do que foi gasto. Algo me diz que essa também será a “eleição das eleições...”.
  • Quem acompanha futebol sabe que tem dias de glória – Jogo do Brasil contra o Chile; como também temos dias de derrota – Jogo do Brasil contra a Alemanha – mas, perder de 7 x 1 foi um golpe para qualquer torcedor! Este placar entrou para história e ainda seremos lembrados por este fiasco por muito tempo. A Copa infelizmente terminou e passou tão rápido. O Papa é Argentino e Deus é Brasileiro: nem um, nem outro conseguiu o título.
  • O que pode render a um indivíduo com um papel na mão? Hoje pode-se dizer a quem tem um teclado, ou mesmo uma tecnologia que propicie tal a exacerbar seus desejos e arrependimentos. A interessante lição efetiva da derrota da Seleção Brasileira recai não aos jogadores – que por atuar profissionalmente sabem que há dias de vitória e dias de derrota – mas aos seus “torcedores” que de súbitos em súbitos ataques frenéticos de patriotismo e de total aversão a pátria se mostra com tamanha ignorância que faz temer o futuro de uma sociedade que tinha tudo para ser mais organizada e inclusiva, mas que só teima em confirmar que quanto mais se absorve de pseudos conhecimentos, mais se apresenta como autodestrutivo.
  • Não precisamos saber de tudo, não precisamos opinar sobre tudo, opinar não é o mesmo que fazer algo de concreto. O Brasil já não é dos melhores há muito tempo, ele já nasceu torto e desigual, apontar não adianta nada. Exercícios de memória seriam fundamentais aos brasileiros revoltados para conseguir entender de forma produtiva o valor de uma derrota. Por favor, não reduza a sua mente a uma indignação repentina, seletiva e rasa. O interessante é analisar que ao mesmo tempo em que se infla que não somos um país de futebol caminha-se em total consonância com os seus resultados. Um dia “Somos todos iguais”; em outro “Somos todos desiguais” na verdade “Somos todos desunidos”! Quem sabe em 2018, quem sabe... o nosso aspecto em campo e nas urnas tenham mudado.

 

jornalista Ana Claudia Justino

Última atualização em Seg, 14 de Julho de 2014 11:53  
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