Pior do que você viver em meio ao preconceito velado é lidar com frases do tipo: “Nossa, parece que agora (pleno 2015) anda tendo muito mais ataques racistas do que antes. Que louco isso, né?!”. Quantos mundos cabem na sua vida?

A palavra preconceito já é explicativa.

Ela conceitua algo sem conhecimento. Como uma palavra autoexplicativa como esta ainda nos provoca a buscar elementos para interpretá-la diante de tantos abusos perante aos indivíduos, seres humanos apontados por suas diferenças étnicas, de sexualidade, de posição social e tantas outras que acontecem por aí?

Há uma imbecilidade coletiva em manter a história embaixo do tapete e ainda com direito a uma falácia de que “somos todos iguais”. Iguais para quem? Ou com o fundamento em quê? Por que não experimenta lidar com a sua dor para ver quantas curtidas você ganha? Percebe quantas perguntas em meio a algo óbvio que é o preconceito?

“A preguiça e a covardia são as características/causas dos homens em grande parte de continuarem, ainda em grande medida, menores durante toda a vida.” Kant. Segundo o filósofo o esclarecimento é a saída para a menoridade do homem. Falta esclarecimento, falta respeito, falta coragem de admitir que seja racista e assumir as consequências.

Dizer: “Eu não sou racista. Tenho amigos negros”. É ofensivo. Dói. É ofensivo! Percebe?

Negro não é só samba. É também samba. Talvez não saiba porque certamente não encontrou isto nos livros. Não culpo por não saber, culpo por não procurar saber.

O fato dos seus avós serem negros e os seus bisavós terem sido escravos não te fazem um exímio negro vivente que representa a liberdade. Por favor, não tente quantificar o sofrimento, muito menos tente imaginar como é passar por este constrangimento porque você certamente falhará. Faça algo que realmente manifeste diferença: tenha respeito. Só.

Não somos TODOS iguais. Somos diferentes. Que tal aprender com as diferenças?