Casa Vogue traz o chef Massimo Bottura em seu hotel

De Primeira Viagem

FILIPPO BAMWBERGHI para a Casa Vogue (Foto: Divulgação)

Unidos pela arte, Massimo Bottura e Lara Gilmore estreiam no mundo da hotelaria e da decoração ao idealizar cada detalhe de uma casa em modena, Itália, onde receberão hóspedes em meio a obras tão irreverentes quanto os pratos do chef-celebridade.

Faz 20 meses que a americana Lara Gilmore e seu marido, o chef-celebridade Massimo Bottura, viraram designers de inte­riores de primeira viagem. Descobriram que um lindo casarão histórico nos arredores de Modena, Itália, onde fica a Osteria Francescana de Bottura, estava sendo leiloado judicialmente, e deram um lance baixíssimo, quase de brincadeira. Já tinham até esquecido do assunto quando, oito meses depois, foram avi­sados que tinham arrematado a propriedade. “Levei um baita susto e morri de dar risada”, diz o chef. Passado o choque, deci­diram fazer ali um pequeno hotel de campo.

A Casa Maria Luigia, que abre as portas em maio com 12 apartamentos e um vasto jardim, é a materialização de um ou­sado sonho. Havia anos o casal queria ter um lugar onde pudes­se receber amigos e clientes, que tivesse espaço suficiente para uma sala de música (outra paixão do chef, desde adolescente) e para expor toda a arte que os dois colecionaram juntos em 23 anos de casamento. “Quando que me mudei para Modena em 1994 e nos casamos, a arte virou nosso diálogo”, diz Lara, que trabalhava com arte e fotografia em Nova York, antes de vir pa­ra a Itália.

“Para nós, vai muito além de possuir a obra X ou Y. A arte se embrenhou nas nossas vidas, na nossa filosofia, na cozi­nha do Massimo e na maneira de ele de falar e pensar”.

Seja na Osteria Francescana ou na casa deles, obras espalham-se por todos os cômodos. No entanto, muito do que compraram jun­tos estava armazenado, por falta de espaço.

FILIPPO BAMWBERGHI para a Casa Vogue (Divulgaação)

Tão interessante quanto a arte que a povoa é a própria Casa Maria Luigia, cujo nome homenageia a falecida mãe do chef. Originalmente construída em 1775 pelo conde Luigi Magelli, sol­teirão convicto e bon vivant, a morada, por décadas, foi palco de grandes soirées. Nos anos 1960, passou para as mãos de um empresário que adicionou um anexo com diversos quartos de empregados, piscina e quadra de tênis. Foi seu filho, fotógrafo e artista falido que, ao herdar a ca­sa, deixou-a cair no abandono.  Quando a dupla adquiriu a propriedade, o terreno estava tomado pelo mato, a tal ponto que nem se via a piscina – a resi­dência em si, porém, estava em ótimo estado estrutural, e os te­tos pintados à mão, intactos. O casal mergulhou de cabeça na recuperação do que fora negli­genciado por décadas. Embora sejam amigos de grandes arqui­tetos italianos, a exemplo de Piero Lissoni, preferiram não chamar nenhum deles para che­fiar o restauro e a reforma. Almejavam um lugar que fosse a cara deles. Contrataram como designer de interiores Catia Baccolini, amiga antiga e namora­da do chef na juventude. E embarcaram numa colaboração fre­nética e entusiasmada, em que trocavam fotos por WhatsApp e garimpavam móveis. Catia sabe lidar como poucos com o temperamento impulsivo de Bottura e entende o gosto do casal – foi ela quem decorou a Osteria Francescana e também a casa deles.

“Tantas vezes disse ao Massimo, ‘Basta! Basta!’ Não consi­go encaixar na casa tudo o que ele vai comprando!”

Leia também:
Fafá de Belém lança “Humana”
Abba The Show faz mega turnê nacional

No Comments Yet

Comments are closed