Montagem do Agora Coletivo: As Cidades Invisíveis

Nova montagem do Agora Coletivo convida o público a explorar espaços internos oníricos percorrendo o Museu do Saneamento (Foto: Eli Firmeza)

O Museu do Saneamento recebe, a partir do dia 26 de abril, o novo trabalho do Agora Coletivo:As Cidades Invisíveis, peça inspirada no livro homônimo de Ítalo Calvino. Com roteiro e direção de Renato Sbardelotto, as apresentações acontecem todas as sextas, sábados, domingos e segundas às 20h, com sessões duplas, às 16h, aos sábados e domingos. A montagem fica em cartaz até dia 20 de maio, com entrada franca.

As Cidades Invisíveis,uma peça de percurso, traça uma narrativa que beira a linguagem dos sonhos, com imagens misteriosas, enigmáticas, e faz uma analogia entre as “cidades” e as atrizes que formam o elenco do trabalho. Inspirada na personalidade de cada uma delas, “As Cidades Invisíveis” é uma trajetória por suas histórias autobiográficas. Ao ocupar uma antiga estação de tratamento de água, hoje “Museu do Saneamento”, o espetáculo compõe com diversos cenários desse lugar. A presença oculta, mas tão latente da água, elemento feminino, fugidio como a memória, é lembrança do próprio espaço que flui, transborda e fertiliza pela voz destas mulheres.

A peça age em uma trajetória dentro de um espaço pouco conhecido e descentralizado de Curitiba, o Museu do Saneamento. Assumindo o onirismo como linguagem, o roteiro desenvolve uma linha narrativa singular, diferente de montagens tradicionais. Em cena vemos relatos autobiográficos e algumas digressões que carregam nuances de comicidade, crítica, ironia e também composições dramatúrgicas e visuais que podem sensibilizar o espectador em outros níveis. Quem aceitar o convite para visitar As Cidades Invisíveisconhecerá o resultado de um processo de criação intenso que toca diferentes áreas do conhecimento, como a filosofia, a psicologia, a espiritualidade, a arquitetura, a medicina holística e, claro, a arte. 

Diante de tempos tão inflamados, com ideais tão díspares entre as pessoas, como conviver com as diferenças em um mesmo espaço, casa, cidade, estado, país? Falar de cidades de forma poética – inspirados pelo modo como Calvino o faz – é uma maneira de colocar em perspectiva e de sensibilizar para o quanto viver em sociedade significa troca entre indivíduos complexos e repletos de subjetividades. 

As Cidades Invisíveis chama o espectador para atos de reflexão a partir de  suas memórias, a fim de que perceba a complexidade das “cidades” que crescem dentro de cada um.

Projeto realizado com o apoio do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba. Incentivo: Divesa e Banco do Brasil. Apoio: Sanepar, Padaria América, Missê Mariá Comida e Arte, A Caiçara e Café do Teatro.

Sobre o Agora Coletivo
O Agora Coletivo surge em Curitiba em 2015 com o propósito de explorar formas diversas de interação com o público. Seu nome, que faz referência à efemeridade do ato teatral, remete também ao grego Ágora, “espaço aberto”, que insinua tanto o desejo do grupo de explorar diversos espaços físicos para o acontecimento teatral, quanto o interesse pelos diferentes lugares estéticos que eles possam estabelecer. As Cidades Invisíveis é o quinto trabalho do Agora. Ele dá seguimento as investigações desenvolvidas no espetáculo Ensaio para uma poética do movimento (2016), resultado de uma pesquisa de performance no espaço público que gerou também nove intervenções urbanas, bem como as do projeto Obra em Progresso, que ainda está em curso e originou até então três performances: Streaming (2017), realizada em ambiente virtual, Sobreposição(2017), que explorou as salas e os prédios em torno de uma galeria de arte, e Cartografia (2018), que colocou o público no saguão do teatro Guaíra para assistir através das vidraças as cenas que se passavam no espaço público. Já em espaço teatral, o Agora desenvolveu os solos Incêndio (2015) e Primeiro Amor (2017), que de modos diversos priorizavam um relação bastante próxima com o público. 

Mais informações: www.agoracoletivo.com

Sobre a Híbrido Produções e Renato Sbardelotto
A Híbrido Produções coordena os projetos culturais do artista Renato Sbardelotto. Sediado em Curitiba, pesquisa dança-teatro e ações de formação de plateia. Ao longo de sua trajetória, foi artista residente na Casa Hoffmann – Centro de Estudos do Movimento. Também foi contemplado com prêmios e projetos pelo MINC, pela Funarte (Prêmio Artes na Rua e Myriam Muniz), pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná e pela Fundação Cultural de Curitiba. Como mediador do projeto “Pela Experiência da Dança-Teatro” (2013), circulou pelas regionais de Curitiba com 120 rodas de leitura. Também é dele o projeto “Experiência Portátil” (2014), no qual realizou intervenções em dança nas linhas de transporte público de Curitiba. Dirigiu e atuou no solo “Remake da minha Vida” (2017), onde desenvolveu uma pesquisa autoficcional em dança-teatro. Seu mais recente trabalho como bailarino foi em “Uma Casa de Poesia” (2018), espetáculo dirigido por Eddie Martinez, bailarino da Companhia Tanztheater Wuppertal Pina Bausch.

Ficha técnica
As Cidades Invisíveis
Inspirada na obra de Ítalo Calvino
Uma realização do Agora Coletivo em parceria com a Híbrido Produções e Plateia Produções Artísticas.

Roteiro e direção: Renato Sbardelotto| Intérpretes- Criadoras: Ana Ferreira, Fabiane de Cezaro, Flávia Imirene e Vivian Schmitz| Textos: Ana Ferreira, Fabiane de Cezaro, Flávia Imirene, Vivian Schmitz e Renato Sbardelotto| Interlocução e amadrinhamento: Lía Mariana Gómez Spatakis| Direção musical e preparação vocal: Karla Izidro| Preparação Corporal: Renato Sbardelotto| Figurino: Ailime Huckembeck| Iluminação: Lucas Mattana| Cenário: Renato Sbardelotto| Ilustração e Design Gráfico: Daniel Lourenço| Fotos: Eli Firmeza| Assessoria de Comunicação e Imprensa: Fernando de Proença| Direção de Produção: Renato Sbardelotto| Produção Executiva: Michele Bittencourt| Assistência de Produção: Jhon Booz

Serviço
As Cidades Invisíveis
De 26 de Abril a 20 de Maio  
Local: Museu do Saneamento
(Rua Eng. Antônio Batista Ribas, 151 – Tarumã) 
Sextas, Sábados, Domingos e Segundas às 20h. 
Sábados e Domingos também às 16h. 

Entrada Franca*
limite de 50 pessoas por sessão.
Em caso de chuva não haverá apresentação

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